quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

Superando a Política


Política é uma arte, não há dúvida alguma disso.

Nunca fui muito bom com política partidária, motivo pelo qual não me embrenhei nessa área. Adoro a administração pública, minha formação e profissão, mas não cheguei a me filiar a partido político algum.

Campanhas já fiz muitas, vou para a rua desde os 16 anos, e é difícil uma eleição em que eu não me sinta com vontade de defender apolticamente algum candidato.

Comecei acreditando no Partido Verde, migrei forte para o Partido dos Trabalhadores e depois me afastei ideológica e completamente dos partidos. Agora ensaio retornar para as campanhas, esse ano apoiarei a Soninha (PPS) para o Governo do Estado de São Paulo e a Marina Silva (PV) para a Presidência.

Nunca fui bom de política, mas passei a entender características dela. Uma é que a política se faz com alianças, ainda mais no Brasil, cheio de partidos políticos com representação na Câmara e no Senado.

Mas há limites e limites, e a foto acima ultrapassa os limites a que me permiti acreditar.

Antes eu acharia uma pena ver uma candidata petista ter sua mão beijada pelo Sarney. Hoje sei que isso é o padrão do partido. E esse padrão eu não defendo.

*   *   *

Foto de Roberto Stuckert Filho, publicada no O Globo de 13 de janeiro de 2010.

3 comentários:

  1. Infelizmente Sarney, assim como Collor, são figuras que deveriam ter sido banidas da vida pública (ou ao menos tido o bom-senso de afastarem-se por conta própria).
    Sarney, péssimo governante, que iniciou a Nova República (ou melhor, república dos vices). Se os anos 80 começaram com a esperança de um novo Brasil, o final da década foi um inferno, com a terrível inflação e os vários planos econômicos fracassados.
    Mas, porque essas figuras não se afastam da vida pública?
    Porque Sarney não veste o seu fardão e não vai tomar chá na ABL pro resto da vida, com seus amigos imortais.
    Aliás, não sei o motivo de Sarney ser imortal. Quem algum dia comprou ou leu algum livro dele?
    Por fim, é deprimente essa situação de currais eleitorais que ainda persiste. A família Sarney no Maranhão (e o pater familia se elegendo pelo Amapá), Collor em Alagoas etc etc.
    Sarney não ter passado a mão no chapéu e ter ido viver em sua ilha quando teve a chance de sumir foi realmente vergonhoso.
    Mas convenhamos que ele faz parte do partido mais amigado com o poder que existe.
    O beija-mão é uma tradição que faz com que o mundo pareça estagnado na Idade Média. E o senhor feudal segue a vida, ora beijando a mão de um ora a de outro, mas sempre trânsitando pelos salões da realeza.

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  2. Apenas uma explicação: acho que Sarney está mais para uma iminência parda (das várias que circulam pelos altos círculos) do que para um mero vassalo (que eram os que juravam fidelidade no beija-mão).

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  3. É isso mesmo, concordo. E ele tá mesmo para iminência parda, o beijo na mão justamente reforça isso, quem se faz vassala é a Dilma, ou o PT, que se colocou aos pés do PMDB e do Sarney para defêndê-lo fielmente.

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