sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010

Atrás do Balcão

Em agosto do ano passado, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) tornou pública resolução determinando que todos os medicamentos fiquem, nas farmácias, em área restrita aos clientes, o chamado “atrás do balcão” (over the counter), independente de se precisar ou não de prescrição médica para a aquisição do remédio.

Polêmica a resolução, deu início a uma guerra jurídica ferrenha com as associações representantes das farmácias, que conforme divulgado na imprensa, iniciaram ações para derrubar as determinações da ANVISA. A maioria, inclusive, parece já ter obtido liminar em seu favor.

Particularmente, nunca entendi como é que se pode vender remédios tão livremente no país. O fato de não necessitar de prescrição médica não faz do medicamento menos perigoso para o indivíduo, caso ingerido incorretamente e desconhecidos os seus efeitos, e isso sem contar no velho hábito do brasileiro de comprar remédios de tarja vermelha sem ter receita para isso (culpa também das farmácias, que não fazem questão de restringir as vendas, e do governo, que não fiscaliza).

Remédio é droga, e como tal deve ser controlado. Seus efeitos não têm que causar mais prejuízos à saúde do indivíduo do que seus benefícios, e por isso sou a favor da resolução da ANVISA e acho que todos os medicamentos ingeridos deveriam passar para trás do balcão das farmácias e ficar menos acessíveis. É assim em boa parte do mundo. Segundo consta, pomadas e fitoterápicos serão exceções.

Do jeito como as coisas estão, as farmácias estimulam a automedicação e o cidadão não recebe dos atendentes as informações necessárias para uma melhor prevenção e tratamento do seu mal. Pior para os brasileiros, melhor para os empresários.

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